segunda-feira, 25 de abril de 2011

"There is always hope" (?)

Era os olhos dela pregados em dor nos botões da roupa dele.
Na garganta, corriam todas as palavras que não ousavam ultrapassar a linha dos dentes. Cansara da falta de coragem, dos sonhos irrealizáveis. Aprendera, embora tardiamente, que só poderia seguir se o mar baixasse as ondas: o mar de dentro da sua íris teimou em olhar para longe.. justamente naquela nuvem negra que consumiam os dias de menina.
Desistira das promessas. A certeza que firmara ontem fluiu-se em imagem na superfície da água da banheira. Espumas, fumaças... o fogo que arde dolorido e sequer existe.

Sumiram as cores do meu mundo. Deixei-as apagar. O preto e branco sempre foi mais hipnotizador. Aceito confundir-me nos matizes incessantes de cinza. (...)Ser feliz serve para? Colorir? Perceber o sol? Ver - simplesmente?
Tudo o que quero, agora, é ser uma das curvas que o horizonte em planície me proporciona... Ou desembocar a caminhar sem rumo, como se a sina de Caim tombasse aos meus ombros. As metas, larguei-as no dia que te conheci.
Sigo o traçado que as formigas guiam. Mais nada.

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