domingo, 25 de fevereiro de 2018

Devil's tears

   Enquanto se embriagam os corpos, estou deitada só e distante. A vida é maravilhosa para todos, mas eu sigo me enganando com imagens que se repetem em minha memória, por mais que eu tente fortemente fugir delas. Chove pelas paredes do meu quarto e inunda Paris no meu quadro. Não há ninguém nas ruas, apenas eu deitada na cama, sozinha e com um frio inexplicável em meio a um calor de verão.
   Enquanto as bocas se rebolam, a consciência pesa. A verdade nunca será dita e nunca será (re)construída. Os sonhos das noites não dormidas desabam pelos meus olhos e o guarda-chuva vermelho machuca minha alma. Os sorrisos não são mais os mesmos. As cicatrizes ainda sangram, mesmo fechadas.
   Enquanto o mundo se recheia de mentiras, eu sigo presa a esta cama sem inspiração para levantar. Come with me and we'll make many storms. E eu sigo aqui... Troveja dentro de mim, mas o grito não sai. O desespero expande ainda que eu continue do mesmo tamanho e com o peso cada vez menor.

O que estamos fazendo?


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Noite e estrelas

   A noite vem, escura e iluminada, devastando com a Lua graúda e estrelas pregadas em uma imensidão negra que esmaga tudo o que eu poderia sentir de ruim. As coisas que doem se desfazem igual às dunas de areia com a brisa que entra pela minha janela e mordisca minhas bochechas.Têm coisas que simplesmente são incompreensíveis, mas está tudo bem. Realmente, está tudo bem!
   Nada está na ordem correta, nem no lugar que deveria estar, mas eu nem ligo. Talvez tudo se ajeite e cada vez mais eu acredito nisso.
   As estrelas cintilam tão lindas e eu me sinto tão pequena frente à imensidão que é essa noite. Quando eu deitar, quero ter os sonhos mais lindos e imaginar aquele mundo onde nada mais importa a não ser.
   O tempo é nosso e, devagar, tudo vai ficar lindo. Eu vou te amar tanto quanto já amo e nada vai ser empecilho. Nada estará no nosso caminho. O trem vai andar na direção que nós quisermos, sem estação final.