quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

If not us, then who?

Minhas vivências me fizeram ser um pouco esperançosa demais por tempos melhores, talvez... Mas é como aprendi a ser - sempre planejando o mais lindo que a vida pode nos entregar: um jardim florido, com beija-flores dançarinos. De fato, é uma pena que quase nunca seja efetivamente desse modo. A vida.


Coloquei Dylan para cantar para nós.. With all memory and fate drive deep beneath the waves / Let me forget about today until tomorrow...


As pessoas vêm e vão, ele me disse, mas eu sempre fico. Em algum lugar da vida dele, eu sempre fico..

Me fiz pensativa. Sempre que alguém sai da minha vida (seja por minha escolha, pela distância ou pela ação do tempo), me sinto triste; ora, tendo a guardar com muita doçura, na minha memória, o melhor das pessoas no momento em que aceitaram cruzar comigo enquanto andavam pelos seus caminhos... Se eu perdê-las de mim, de alguma forma, sei que me perderei também.

Têm pessoas que carregam consigo esta luz que direciona, que cantam a melodia que conforta, são um porto seguro enquanto o sopro gentil da madrugada aguarda o dia raiar, se mesclam às cores mais lindas que minha íris já beijou.




Li, em algum lugar, que nós não sabemos o quanto um momento é importante nas nossas vidas até que ele se torne uma memória... E quão triste é, afinal, uma vida sem o acalanto das memórias que nos fazem?

Como seria possível sentir esta breve paz se eu não carregasse em mim, sempre, nós, sentados no parque - tão jovens e repletos - rememorando o sentimento de lá estar, rodeados pela grama verde e sorridente.

Talvez seja isso o que chamam "viver". Talvez seja esse álbum de figurinhas tão único, onde organizamos, trocamos e colecionamos momentos. Mas nenhuma se repete. Nada volta. Nunca vai.