sábado, 23 de abril de 2011

Das experiências.

O whisky desceu aveludado pela garganta, esquentando o corpo já ritmado na sensualidade da dança: a música de batida marcada em piruetas cegas e ondulações das linhas dos quadris. Deixou a cabeça erguer-se rumo às estrelas. Era livre! Finalmente, era livre! Livre das línguas que passearam pelo seu corpo, dos olhares que tombavam fortes sobre sua personalidade, das alianças que já usara, dos sentimentos que já sentira... A liberdade que assumia era a de abandonar-se completamente... Finalmente, a sensação de não pertencer a nada ou ninguém!
Durou segundos...
Passou a mendigar felicidade, carinho, rejeição, saudades. Quis encontrar um novo sentido para tudo. Viu-se por trás de grades amargas, revivendo, depois de tantas e incontáveis vezes, o passado extinto.
Resolveu deixar de olhar para aquilo que abandonou. Foca, agora, nas coisas que vai abandonar...

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