segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Close your eyes

   Por anos eu deitei a cabeça na minha cama e pensava nela. Deitava e fitava o teto. Os olhos azuis desenhados na minha retina. Aquela lembrança tatuada dentro de mim, misturada com absinthe, sorrisos, silêncios... e eu te amei, menina. Eu te amei.
   Do amanhã a gente nunca sabe, mas eu sei que não te quero mais. Não quero mais sofrer por ti. Não quero mais... Eu sinto saudades tuas. Os beijos que não demos, a magia do que ficava no ar. Os agrados com almoços, carinhos, roupas lavadas (nem sempre bem entendidos).
   Alice amou Beatrice sem nunca saber. E nunca soube se era real a reciprocidade. Talvez não fosse...
   Mas eu senti tudo o que eu podia sentir e não queria.  Aquela novidade de amar uma mulher.. um amor tão comum, mas tão diferente. Algo que já tinha acontecido, mas não daquela forma. Não como com ela.
   Os olhos dela confundidos dentro dos meus. O hálito de vinho. De whisky. Hoje eu faria tudo diferente. Hoje, talvez, eu não a amaria.


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