Todos os anos eu escrevo aqui alguma coisa antes de iniciar o ano. Algum "aprendi neste ano que acaba que (...)" e outro "que o próximo ano me traga (...)". Não dessa vez. E não sei o porquê. Simplesmente não tive vontade, nem tempo a perder.
Com licença, eu tenho uma vida além dos dedos, rascunhos, teclas e canetas. Descobri há pouco que, apesar das minhas várias oscilações, entre alegrias estonteantes e cortes sangrentos, tem algo me esperando mais para frente. Preciso me agarrar nisso. Em anos, acho que é a primeira vez que percebo que esse algo é um futuro que nunca quis. Ou melhor, que nunca pensei que queria tanto.
Do grande clichê, 2018 foi o ano que eu deixei para trás e pronto; 2019 será o ano que me aguarda e é isso. Nada mais. Sem grandes experiências ou perspectivas. Apenas vai ser o que é. Ou vai ser o que vai ser. Porque o que foi, meu bem, nunca mais será. Entende?
A onda engole o nome desenhado na areia e a borracha apaga as letras de músicas nas últimas páginas do caderno. Agora é tudo novidade e eu quero é conhecer isso sem amarras. Acabou.
Que todas as gaivotas saibam se libertar em um voo alto e fresco, sem necessidade de retornar com galho verde para comprovar terra firme. Que a terra firme permaneça onde está e a embarcação descubra sozinha o que os pássaros já sabem.
Que seja lindo, leve e novo. Apenas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário