quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Fogo

   As chamas acalmaram, embora urjam as labaredas do concreto da cidade. As chamas são os chamados que minha cabeça debruça aos meus pés - que tendem a pular, mesmo não pulando. O fogo é o inferno que carrega minha imaginação de todas as situações que eu tento fugir, daquilo que eu fui e que eu sou; daquilo que eu não quero. Não quero mais.
   As chamas cessaram e, apesar de todo o sufoco do dia-a-dia em permanecer em uma rotina adorável, eu aprecio a plenitude de sensações que creio nunca ter tido. Ou melhor, se tive, não recordo. Já foi divertido, mas nada é como agora. Já foi estressante também, e ainda é, mas hoje eu sei lidar e não me envergonho em ser feliz do jeito que sou e com quem está ao meu lado, de todas as formas.
   Hoje eu estou feliz e é incrível entender que essa palavra efêmera e ingrata criou asas em mim e me faz sobrevoar o mundo em tantas e tantas conquistas, planejamentos, concretizações: a verdadeira face do que é sentir acoplado à cumplicidade. A cumplicidade real e não aquela que se atira ao chão em lágrimas. Aquela que te segura quando te joga para cima. A montanha-russa deliciosa de voltas e velocidades como nunca jamais visto. Sem paradas. Apenas risos, mãos dadas e nossos olhares, tão claros quanto nossa pele.
   As labaredas a nos lamber a tez enquanto todo o amor que tenho dedico a ti.


2 comentários:

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  2. As I won't be here anymore, keep smashing it in your career. You desearve it. You are more than anything. Get married, have your kids (it's your dream) and have a great time I'll be watching, even if not here. Live. Every single day. Live. I've lost the two things that has been locking me up here. Be brave. Be great. Jusqu'ici tout va bien.

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