quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Soneto Fúnebre

Realizei, finalmente, meu cemitério
Lugar onde enterrei este lúcido corpo
De onde não saíra mais nenhum outro morto
Leito gloriosamente frio e solitário.

Dessa solidão, deposito em meu arredor
Tantas dores, lágrimas e, ainda, confusões.
Aqui, deitei para findar certas ações
E fingir que nunca matei meu único amor.

Realizei meu cemitério, finalmente!
Basta procurar a palidez com veias
No deserto onde a neve é tecida em teias!

Tornei-me feia aos teus olhos, creio tristemente...
Perdi a vida, coagulou o sangue, terminou o ar...
Agora que estou morta, vens me visitar?

Um comentário:

  1. Quando eu voava como um passarinho
    Me aproximei
    Tentei o aconchego do teu ninho
    Me machuquei
    e agora que não posso mais voar
    faça a caridade e termine de me matar.

    gostei do teu soneto!

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