domingo, 27 de fevereiro de 2011

Between the bars

As papilas gustativas trouxeram à minha memória todas as histórias vividas no escuro daquele lugar que adotei como "lar". Éramos três e nos amávamos igualmente e de formas diferentes. Igualmente e numa intensidade extrema, capaz de marcar cicatrizes que nunca desaparecerão da carne e do cerne.
O sorriso nunca foi tão sincero. O sono não marcava presença. Éramos felizes em nossa imensidão de sentimentos atordoados. Éramos especiais como nunca mais seremos. Os cuidados, aflitos e sedentos, sempre transbordaram daquela cama para o céu negro e iluminado pela pálida luz da lua.
Hoje, ao querer tentar esse sorriso, faltam as verdadeiras alegrias... as lágrimas grossas tornaram-se as melhores companheiras. As coisas simples perderam efeito: o vinho virou água, a noite traz o sono outrora inexistente, as dores recomeçam a arder. Apenas as músicas mantêm o sentido de cada momento, cada carinho...
A vida mostrou-se como deve ser vivida e debochou dos que nunca sentiram tamanho prazer nas linhas de cada boca. Dentre nós, ninguém mais é como era.

Um comentário:

  1. LINDO LINDO LINDO.
    De todos Ana Lua, esse é o que eu mais gostei.

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