terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A hora não é essa

   Não sou eu quem precisa te dizer que a hora não é essa. Não vai ser hoje ou amanhã. Que vai demorar anos ou que pode não chegar. A hora não é essa! As coisas acontecem quando tem que ser. Pode ser que já tenha acontecido e a gente não saiba, mas agora a trilha é outra. A música é outra. O ar é outro.
   Essa cidade toda maravilhosa, cheia de prédios, zumbis e falta de amor... eu já não gosto mais dela. Não é mais o meu lugar. Talvez nunca tenha sido a não ser na minha imaginação. Quem sabe algum dia eu volte a me sentir em casa em meio aos gritos dos vendedores e pessoas que se esbarram maleducadamente, mas a hora não é essa. Não é agora.
   As coisas que me ardem o peito não pararam de arder. Quiçá algum dia pararão. Se algum dia cessarem, aí será a hora. Cada um tem o seu tempo e aprendi a não atropelar as coisas que sinto por medo de perder o trem. Sempre vem outro, na hora que tiver que vir. A hora não é essa.
   A hora pode ser daqui dez anos (eu jamais saberia). Mas não subestime o que guardo adormecido dentro de mim, nem maldiga os meus esforços diários para engolir todo o mal que me fizeram / que eu me fiz. Hoje, eu busco tranquilidade e a minha paz está presente. Esta é a minha hora: a hora de eu ser minha, de repugnar/expulsar/exorcizar tudo o que não quero em mim. Eu quero a mim e essa é a hora. Hoje. Agora.


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