sábado, 2 de janeiro de 2016

(Nem tão) Feliz ano novo!

Tinha o costume de escrever textos positivos antes do ano acabar. Fiz, inclusive, promessa de que nunca mais escreveria algo negativo neste sítio... Teria sido uma bela ironia se eu realmente não tivesse tentado duramente cumprir esse algo impossível.
Neste ano de 2015, escrevi menos do que eu gostaria aqui no blog. Um dos motivos foi a minha própria frustração em perceber que todas as minhas notas poéticas e a romantização dos meus problemas simplesmente sumiram da minha cabeça e, agora, minha forma de escrever acabou se transformando em algo cru, direto, feio, resumido a uma folha simples de um diário que eu sempre me envergonhei de manter.
Comecei o ano de 2015 almejando muita coisa boa e com um foco impressionante, mas em menos de um mês eu levei o meu primeiro nocaute. Não sei exatamente como conseguir levantar. Nego-me a proclamar uma lista de agradecimentos aos que me ajudaram a seguir em frente pelo simples motivo de que eu sou o problema nos meus problemas. Sei que tenho muitos amigos e que eles gostam e se importam comigo, mas eu aprendi com a vida que tudo é efêmero: nada jamais vai permanecer para sempre. Não é que eu não me importe com quem se importa comigo, eu apenas sei que em algum momento eu vou deixar de importar e, de repente, tudo aquilo que estava muito próximo e parecia ser tão importante passa a ser distante, nada além de uma memória.
Deste ano que passou, eu assumi que tenho vergonha de mim. Que não me orgulho de quem eu sou. Que não sei lidar com quem eu sou e que fujo disso o tempo inteiro. E quando começou o ano novo, pela primeira vez em vinte e quatro anos, eu não estava feliz e almejando realizações. Pela primeira vez, eu me vi mais distante ainda de todo esse mundo que eu carrego como um fardo nos meus ombros e que estou cada vez mais cansada de carregar. Percebi que estou entupida de perguntas e que não sei responder nenhuma mais. Que não sei como ir adiante, como fechar buracos, que já foi raspada a última colherada de ânimo do pote para conseguir levantar da cama, respirar e começar o dia. Todos os dias.
Certo dia me perguntaram o que eu diria a mim mesma no início do ano passado se eu pudesse me dar um recado após já ter vivido tudo o que vivi. "Desiste agora" foi o que pensei. Talvez tivesse doído menos. Talvez eu tivesse um pouquinho mais de...
2016 deverá ser um ano maravilhoso se depender dos desejos escritos nas redes sociais. Interessante que em nenhum destes desejos eu me encontrei. Nenhum deles fez sentido. Foi então que caiu a ficha: a pouca luz que eu já tinha, ela está quase apagando.

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