sexta-feira, 23 de maio de 2014

Bonjour, prince...

Estavam os corpos em contraste, úmidos e presentes. O gelado da cerveja a estalar línguas unia-se à projeção mútua entre íris. A ponta dos dedos extravasavam um sentimento proibido na pele do outro. Deixou ser invadida pelos olhos negros dele, enquanto ele sorria, contido, toda a felicidade compartilhada que ninguém mais sentiu. Talvez ali, sem ninguém saber, estivesse uma nova caixa de Pandora – essa, a guardar toda a serenidade que o mundo não soube abrir.
Os sonhos restaram recolhidos em face da realidade tragada pelas madrugadas insones. A mocinha ficou analisando cada traço do rosto adormecido do menino, e, mesmo não tendo sentido o cansaço de tal exercício, repousou em seu peito. Não (querer) admitir não significava que não estava acontecendo.
Sorrindo, os raios de sol pediram licença para amanhecer.


(Doom da da di da di doom da da di da di doom)


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