quinta-feira, 1 de março de 2012

Demônio da Perversidade


"E porque nossa razão nos desvia violentamente da borda do precipício, POR ISSO MESMO com mais ímpeto nos aproximamos dela." - Poe
A vida do homem, para que, inexplicavelmente, possa se considerar racional, necessita da negação do que lhe serve o instinto. Agir conforme a natureza é tentação; até onde esta "tentação" do desejo, do 'não', pode influir na seqüência de descobertas positivas para um indivíduo?

Deitada na cama dele, hipnotizada pelos olhos verdes que me cederam sorrisos, me apercebi inteiramente entregue ao que Poe designou ser um "demônio da perversidade". Não tive medo, entretanto, e aceitei permanecer naqueles olhos assim, como ele permanecia nos meus.
Deus escreve torto por linhas retas, finalmente. Enquanto meu instinto me aproximou de dores incontestáveis, a tentação me colocou ao caminho do acaso, loucamente distante de tudo o que eu já ousei conferir. Meu sono, portanto, foi tranqüilo. Dormi presenciando inquietação: que me punam os anjos por ter bem me divertido.

Um comentário:

  1. A vida é uma só e como disse Renato Russo "e a primeira vez é sempre a última chance" então pra que nos privar de momentos que nos fazem bem? medo do que os outros irão pensar?? Let it be!

    :)

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