Aguardo ansiosamente as nuvens carregadas e escuras. Achei que o sol era bom e que o sal da praia na minha pele iria me fazer sorrir com mais intensidade. Ousei crer que o caramelo lambuzado nos lábios cor de amora me trariam uma descoberta doce, única e desejosa de reiterações. Agora, nem mais a nicotina exclui esse enjôo de minha boca...
Dessa rejeição, só sobraram os meus eternos olhos vazados, banhados em sangue, trazidos pelas repetidas lágrimas em meio à minha pele ressecada pelo verão. Volto, portanto, à timidez incomparável das queimaduras dos flocos de neve que me banham o corpo: beijos delicados e efêmeros, como tudo é e sempre foi.
Das dores, carrego apenas a força de suportar indiferenças. Nunca nada fez sentido e não vejo motivo para descobrir tal ponto de interrogação; só, dessa forma, posso perseguir a rotina e continuar na inércia do que tantos apelidam, com alegria inexplicável, de "vida".
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