quinta-feira, 29 de março de 2012

As únicas flores

Onde está o homem que preencheu madrugadas de julho por quais minha vida acompanhou, mesmo em distância? As músicas e gargalhadas que apenas o silêncio lembra estão escondidas por alguma gaveta.
As pétalas de rosas que me deste murcharam, embora continuem vivas, vermelhas e recheadas de surpresas nas páginas do caderno que emprestamos, unidos, nossa caligrafia para melhor explicar a sucessão dos banhos de chuva em madrugadas frias ou de carinhos em noites não dormidas.

Procuro por um homem em especial, toda noite, na minha cama. Sumiram os olhos pardos e os lábios tão bem desenhados - os quais esperei por toda a vida.
Se fui abandonada? Se afirmo, logo, que minhas inseguranças me aproximaram de meus medos, já consegues imaginar o que veio a se passar com o mundo ao meu redor...
Eu disse adeus àquele que me recolheu do lixo.

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