quinta-feira, 1 de setembro de 2011

efêmero

À meia-luz, o nariz ríspido e pálido apontava as gotas mansas da chuva que escorriam pela janela. Aquela tez, tão branca, iluminava em forte contraste à carne abundante dos beiços róseos. O olhar emoldurado em castanhas tornaram-se olivas. Os minutos de atenção que a estrada repousou em ti também me lamberam a sola dos pés...
Tirar a venda que te cobre inteira... Acabar com o silêncio do tato das íris - com um piscar, um ruído breve, um escorrer de dedos por cabelos... Fazer-te perder a graça por meio do conhecimento de intimidades: o sorriso.
E a lâmpada que te desenha apagou. Desapareceste. Entendi que minha estação, diferente da tua, agonizou pela falta do teu pisar... Seguiste a estrada; fiquei para beijar a garoa longe da vidraça.

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