domingo, 27 de outubro de 2019

Things we could do

Termino meu cálice de espumante e mais uma vez ele está vazio e eu também. A janela permanece pendurada tão alta e tão deliciosamente satisfeita em seu lugar. Às vezes tudo parece uma tentação para deixar de ser.
Me deparei com um álbum chamado "things we could do" que eu salvei anos atrás. A música* vem à mente, as colorações do dia, os cheiros e sabores de Beatrice também. É algo que eu nunca vou superar, mesmo já não tendo mais razão de ser há muitas horas desde aquele ano tão estranho.

Drink up, baby, stay up all night with the things you could do (you won't, but you might)...

Eu reencontrei esse mesmo tom e as mesmas cores anos após com uma imensidão de dores. Coisas que, repito, nunca irei superar. Após a descoberta do amor de verdade nos tornamos frígidos e assim seremos até que a morte venha e destrua as lembranças que cada cerne carrega; o âmago desgastado com o whiskey que ela me ensinou a gostar e que ele me ensinou a beber.
Agora, todos os dias são monotom e o ar parece denso de respirar sem o cigarro. As coisas mudaram porque eu quis que mudassem, mas mudaram tanto que eu já não me encontro mais em mim.


*"Between the bars" - Elliot Smith

Um comentário:

  1. Presto farò un altro tatuaggio per te. Resta sintonizzato. E sblocca il tuo tuiter.

    https://youtu.be/S3kkJgvAXzk

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