domingo, 25 de fevereiro de 2018

Devil's tears

   Enquanto se embriagam os corpos, estou deitada só e distante. A vida é maravilhosa para todos, mas eu sigo me enganando com imagens que se repetem em minha memória, por mais que eu tente fortemente fugir delas. Chove pelas paredes do meu quarto e inunda Paris no meu quadro. Não há ninguém nas ruas, apenas eu deitada na cama, sozinha e com um frio inexplicável em meio a um calor de verão.
   Enquanto as bocas se rebolam, a consciência pesa. A verdade nunca será dita e nunca será (re)construída. Os sonhos das noites não dormidas desabam pelos meus olhos e o guarda-chuva vermelho machuca minha alma. Os sorrisos não são mais os mesmos. As cicatrizes ainda sangram, mesmo fechadas.
   Enquanto o mundo se recheia de mentiras, eu sigo presa a esta cama sem inspiração para levantar. Come with me and we'll make many storms. E eu sigo aqui... Troveja dentro de mim, mas o grito não sai. O desespero expande ainda que eu continue do mesmo tamanho e com o peso cada vez menor.

O que estamos fazendo?


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