sábado, 3 de outubro de 2015

2006

Todo mundo tem, na vida, vontade de entrar em uma máquina do tempo e voltar alguns anos. Voltar e fazer algumas coisas diferentes, arriscar mais, se permitir, acertar em alguns pontos que só agora, muitos anos depois, sabemos exatamente que fariam toda a diferença se a atitude tomada tivesse sido outra.
Eu, sem apelidos ou pseudônimos, sinto uma saudade gigante do ano de 2006. Mais especificamente do período de janeiro a qualquer data antes de setembro. Eu sinto falta da minha inocência, dos sonhos que quis realizar, de todas as pessoas que não conheci e que eram tão mais minha família do que a minha própria. Saudade do período em que minhas oscilações eram breves e não me machucavam além de uns cortes por baixo da roupa.
Foi em 2006 que comecei a escrever. Sempre fizera alguns rabiscos, mas os jogava fora logo na sequência por vergonha de ter tentado me explicar em palavras. De repente, eu tinha uma agenda recheada de poemas, histórias e situações, tristes e felizes, minhas e só minhas. E nada fazia sentido ao mesmo tempo que fazia.
Eu voltaria para 2006 e faria tudo exatamente igual. Não agiria diferente em nada pelo simples motivo de que foi delicioso viver cada saudade. Em compensação, se eu pudesse, faria setembro ser diferente e fugiria do dia 1º de outubro. Daquele ano para hoje, já se passaram nove dias 1º de outubro e tudo o que queria era voltar alguns meses. Alguns anos. Quase uma década.

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