quinta-feira, 28 de junho de 2012

Talvez doce.

O segundo dia de inverno trouxe, aos meus olhos, uma peculiaridade atípica das imagens que possivelmente, caro leitor, lhe vêm à mente. Havia Sol, em primeiro plano. Sim, havia Sol! Tímido, mas acalentador. Era o segundo dia de inverno e o Sol brilhava por entre os galhos desnudos.

A cena se passa sobre as raízes de uma árvore. Um pequeno trecho de grama verde, encoberta por uma toalha quadriculada... e nossos corpos. Corpos distintos, com o afeto reprimido por entre os dedos, cuidadosos com os copos de café fumegante. Quero-queros quero-querendo por entre as folhas acobreadas e secas.
E haviam sorrisos! O meu sorriso decifrando o sorriso dele. Os lábios dele reverenciando os meus. Ali estava: o vento acariciando carinhosamente meus cabelos, ao mesmo tempo que, harmoniosamente, afagava os pensamentos dele.
Foi no segundo dia de inverno - com Sol, vento brando, o frio em fuga - passei com ele o melhor dos nossos silêncios. A felicidade a nos mordiscar as bochechas.

2 comentários:

  1. Cheguei ao seu blog por uma amiga sua.
    Adorei as palavras, os sentimentos.
    Percebo que oscilas entre amor desilusão e paixão, mas esse post, em especial me chamou atenção.
    É este o moço que tanto lhe faz mal? É por ele que você sofre? Percebo amor, amor verdadeiro nisso tudo, apesar desse breve momento de alegria mútua.
    Aquele que se apaixonou por você? O que precisastes dizer adeus? É aquele mesmo que tanto visitavas o apartamento? O de olhos verdes? Ou são todos um só?
    Milhares de homens em um corpo só ou várias corpos do mesmo homem?
    Aqui temos uma leitora casual e confusa, que talvez nunca entre em contato. Vou continuar aqui simplesmente lendo, vou esperar uns dias pelo seu comentário alegre de julho. Depois trocamos um e-mail.

    Um abraço de quem também sofre com dúvidas.

    ResponderExcluir
  2. Quando escrevo um post, apenas descarrego toda a confusão sentimental que guardo aprisionada dentro da minha cabeça; os pensamentos - que não ouso pensar - simplesmente escorrem para meus dedos.
    Meu blog é uma coletânea de momentos da minha vida. (Talvez não da forma cronológica que eu gostaria que fosse...) Seria muito inteligente da minha parte escrever vários corpos de um mesmo homem, mas não é assim que procedo. São homens e mulheres distintos, aprisionados ao meu único corpo.

    Efetivamente, esse post é um dos poucos que deixei fluir felicidade. Não há referência amorosa - paixão -; mas sim, trata da paz de se sentir bem na companhia de pessoas queridas.

    Agradeço o contato. Comente e/ou exponha suas dúvidas sempre que quiseres.
    Com carinho, Flocon de Neige.

    ResponderExcluir