O segundo dia de inverno trouxe, aos meus olhos, uma peculiaridade atípica das imagens que possivelmente, caro leitor, lhe vêm à mente. Havia Sol, em primeiro plano. Sim, havia Sol! Tímido, mas acalentador. Era o segundo dia de inverno e o Sol brilhava por entre os galhos desnudos.
A cena se passa sobre as raízes de uma árvore. Um pequeno trecho de grama verde, encoberta por uma toalha quadriculada... e nossos corpos. Corpos distintos, com o afeto reprimido por entre os dedos, cuidadosos com os copos de café fumegante. Quero-queros quero-querendo por entre as folhas acobreadas e secas.
E haviam sorrisos! O meu sorriso decifrando o sorriso dele. Os lábios dele reverenciando os meus. Ali estava: o vento acariciando carinhosamente meus cabelos, ao mesmo tempo que, harmoniosamente, afagava os pensamentos dele.
Foi no segundo dia de inverno - com Sol, vento brando, o frio em fuga - passei com ele o melhor dos nossos silêncios. A felicidade a nos mordiscar as bochechas.