quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fim dos dias

A cidade tem segredos em cada canto visível ou escondido. Cada rosto esconde as dores que não nos orgulhamos de proferir à qualquer desconhecido.Eu me tornei parte dos rostos que fingem sorrisos agradáveis em meio a este ambiente friamente aconchegante.
Os telhados de ardósia, tão peculiares em sua fragilidade, seguram o céu que cai grosso em cima deles; ao mesmo tempo, escondem os vícios do cigarro, abandonados ainda acesos no caminho infinito do contato morto de nossos pés...
O céu me engole, cinza. O concreto come os meus pés, meus olhos, minha consciência. Assim seguem os dias: deformando meu ser/estar, afundada em doentios pensamentos e a conhecimentos que ninguém entenderá da mesma maneira que eu compreendo... Cadê o sol?

Um comentário:

  1. O Sol está aqui, num lugar onde a areia segura o peso do mundo e o mar pula pra lavar a consciência em ondas rítmicas. Também há cigarros abandonados, bem como pessoas com seus sentimentos indecifráveis. Aqui o calor é aconchegante na mesma proporção que o frio. E há fumaça saindo da boca de algumas pessoas suspeitosamente sorridentes. As nádegas aparecem, bem como as barrigas de cerveja e as gordurinhas localizadas (normalmente localizam-se nos melhores lugares, são espertíssimas).
    E há sol.
    Há sol após o Atlântico.
    Pra alguns, felicidades, pra outros nem tanto, mas é inegável que há sol.

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