quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quando eu vou pra fora..

As árvores já enegrecidas dançavam com o vento, contorciam em sentimento. Enquanto o orvalho já lambia o asfalto, aquela borra tinta passeava frente aos meus olhos, escondendo-se lentamente no marinho pontilhado de estrelas. Aquela sensação, que deveria ser boa, caiu pesada em mim, enroscou nos cabelos, cerrou as pálpebras, quis de novo a liberdade iluminada e zonza do vaga-lume.

Ficou na retina a menina a brincar por aqueles lados, o cheiro da terra úmida pela manhã, das uvas quentes, do fogão à lenha. O tempo em que se ouvia risos, que o merengue ia pro forno de pedra, quando se chupava cana ao fim da tarde... a roda de mate, a máquina de fazer quirela, a árvore de laranja azeda, a tinta rosa que descascava na parede, o barulho da chuva caindo no telhado de zinco...

Nem mais o sorriso é igual e até as memórias são mais coloridas.

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